sábado, 11 de junho de 2016

Receita #4 Pão Saloio




"Bom dia amor,
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor,
Tal como as rosas espero sempre por te ver"
É assim que eu acordo, com a Carminho a cantar dentro da minha cabeça.

Bom dia amor, olha e que tal ires-me fazer o pequeno-almoço? É que sou sempre eu que to faço. E já agora deixa-me dormir mais um bocado que estiveste a noite toda a roubar-me o lençol. E estás com mau hálito.
É assim que a cara metade acorda, sempre pronta a dar-me um boost de boa disposição e alegria. Supostamente numa relação as duas pessoas deveriam acordar com a mesma música a entoar-lhe nos neurónios mas parece que no nosso caso o nosso MeoMusic está completamente dessincronizado.

Resolvo fazer pão saloio. A cara metade costuma fazer e é fantástico ter logo pela manhã aquele cheirinho de pãozinho quente e poder barrar-lhe uma manteiguinha...hmmmmm...apesar de tudo a cara metade merece.
Porém como agente bimby que é já tem truques para tudo e mais alguma coisa, por isso nunca segue a receita à risca, algo que vocês já sabem que me faz muita confusão, e no caso do pão a cara metade já não o deixa levedar, tem um truque todo xpto para o levedar durante a cozedura e eu não vou nessas cantigas, quero seguir as instruções do livro certinhas e por isso vou deixar o pão 40 minutos sossegadinho a dobrar o volume.

40 minutos?? Vou ter de esperar 40 minutos pelo pequeno-almoço? Olho para a cara metade com o meu ar mais romântico (not) e pergunto-me
a) não era suposto querer dormir mais um bocadinho?
b) como é que raio sabe o que eu vou fazer se estava no quarto e eu não abri a boca desde que entrei na cozinha?
c) Será que percebe a dica se eu olhar de forma "fofinha" para a fruteira?
As respostas são por ordem pelos vistos não, nunca vou conseguir entender, e sim visto ter pegado num pêssego e saído da cozinha sem antes me lançar um olhar "fofinho".

Começo a receita. Junto a água e o fermento e aqueço durante dois minutos. Adoro usar um fermento (Hefe em alemão) da Albona que o Aldi costumava ter mas agora descontinuou. É prático e super barato. Felizmente tenho uma reversa simpática em casa mas quando acabar tenho de procurar uma alternativa ou chorar aos senhores do Aldi que o voltem a comercializar. Depois dos 2 minutos junto a farinha - com 30 gramas extra devido a usar farinha tipo 55 (a 65 tinha-se acabado imaginem) - e o sal (nunca se deve juntar o sal e o fermento ao mesmo tempo, porque senão o sal inactiva o fermento) e uso a função espiga da Bimby para amassar. E tenho a dizer que esta função espiga é assim qualquer coisa de espectacular. A massa fica super bem amassada e não agarra ao copo. Basta virá-lo e rodar a peça que liga a lâmina (aquela espécie de rodinha preta) para libertar toda a massa. E não fica toda grudenta nas mãos.

Depois de amassada a massa forro o tabuleiro do forno com uma folha de papel vegetal. Não é preciso usar uma nova diz a cara metade que já tinha regressado à cozinha, podes reaproveitar a minha de ontem. Reaproveito então a folha de papel vegetal, que a vida está difícil, polvilho com farinha e faço uma bolinha linda. Depois coloco-a dentro do microondas (desligado) que é um local de temperatura controlada e preparo-me para esperar os 40 minutos para desespero de uma certa pessoa.
É nesta altura que deveria pré-aquecer o forno a 200ºC mas isso seria se tivesse um fogão que não fosse da idade da pedra. Como muitos sabem quando se arrenda uma casa muitas vezes os electrodomésticos que estão incluídos não são os de última geração. Com alguma sorte é possível que consigam ser mais velhos que nós mesmos. No meu caso o fogão apesar de funcionar pronto tem algumas limitações, como por exemplo escolher a temperatura do forno. Por isso basicamente procede-se ao método científico do "eu-acho-que-já-deve-estar". Liga-se o forno durante uns bons minutos e quando se acha que já deve estar pimba comida lá para dentro. Tem é de se vigiar a comida com mais regularidade para não acontecerem acidentes.
E foi isso que fiz com o meu pão saloio. Quando passaram os 40 minutos e ele já estava bem grandinho, fiz-lhe a cruzinha no topo (acho que podia ter feito com menos delicadeza mas pronto) e mandei-o la para dentro juntamente com um recipiente com água quente próprio para ir ao forno de forma ao pão ficar mais húmido e conservar-se mais tempo.
Quando ele ficou cozido (e aqui tive de pedir ajuda à cara metade para me ir avaliando o cozimento do pão) deixei-o arrefecer em cima duma rede e depois foi atacar sem contemplações.
Estava fenomenal!


O Fermento da Albona
Modelando a massa

Pronto para levedar
Depois dos 40 minutos

O resultado final



6 comentários:

  1. Vim retribuir a visita e adorei o post cheio de humor! Realmente nunca tinha pensado em forma tão suave de dar os bons dias, gostei :P Mas pelos vistos resultou, já que foste fazer esse pãozinho tão bom!
    A resposta que tu não consegues dar é que alguém já te conhece bem demais :P Esse pão ficou com o melhor aspeto de sempre! Que vontade de experimentar a receita :D

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    1. Cara Avelã provavelmente tens razão, já me conhecem bem demais :) A receita é extremamente fácil e ter pão quentinho sem ter de sair de casa é do melhor :)

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  2. Olá. Obrigada pelo comentário lá no meu cantinho :-) Vim cá espreitar! E sem dúvida que essa manhã foi uma animação, pelo que descreves... O pão tem um aspecto mesmoooo bom!

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    1. Obrigado pela visita Joana. As manhãs são sempre animadas cá por casa e o pão além de ter bom aspecto sabia mesmo bem. Então com uma manteiguinha salgada, nham :)

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  3. Pão quentinho ao pequeno almoço é dos deuses!
    Bom fim de semana.

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    1. E sem sair de casa para ter de ir para a fila da padaria :)

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