quarta-feira, 29 de junho de 2016

Receita #9 Peitos de Frango Pizzaiola e Receita #10 Massa

Peitos de Frango Pizzaiola


Aleluia!
Acabaram-se os desejos de bacalhau (pelo menos por agora) e uma proteína diferente foi permitida na cozinha aqui de casa.
Resolvi fazer uns peitos de frango à pizzaiola e depois de muita investigação descobri que pizzaiolo é o nome que se dá ao funcionário responsável por fazer pizzas numa pizzaria. Ora se pizzaiolo é homem pizzaiola é mulher e como pela foto dos peitos de frango a parte de cima parece a duma pizza hipercalórica deduzo que este frango seja à moda duma mulher que tem jeito para fazer pizzas. Se esta lógica da batata não estiver de todo correcta agradeço que me elucidem através da caixa de comentários.
Para acompanhar os peitos de frango fiz a extremamente complicada receita de massa. Eu sei que é difícil de fazer mas como é uma das receitas do livro e eu tenho de as fazer todas fiz das tripas coração e deitei a mão à massa - literalmente.

A extremamente complicada Massa


Como sei que ninguém tem paciência para fazer massa visto ser tão "tempo-consumidor" deixo a receita dos peitos de frango. (Se alguém estiver com dúvidas estou a ser irónico no que toca ao assunto massa).

1. Colocar no copo 200 g de queijo flamengo e ralar. Retirar e reservar.

No meu caso já tinha queijo ralado no congelador, Por isso foi só procurar bem, destruindo durante a procura meia dúzia de ímans, e pude saltar o primeiro passo.

Isto é poupar tempo. Molho de tomate no copo. Peitos de frango na Varoma e aproveita-se e pesa-se o queijo que já estava ralado no congelador.


2. Colocar no copo 30 g de azeite, 150 g de cebola e 2 dentes de alho, picar 5 seg/vel 5 e refogar de seguida 5 min/120ºC/vel 1.
3. Juntar 600 g de tomate em pedaços, um caldo de legumes e um pouquinho de açúcar. Colocar na Varoma (cozinhar a vapor com aroma é o significado da palavra) 800 g de peito de frango cortados ao meio temperados com sal e pimenta e programar 25 min/ Varoma/vel 1.

No fim põem-se os peitos de frango num pirex, polvilha-se com orégãos, cobre-se com o molho de tomate que se fez no copo, polvilha-se abusivamente com o queijo ralado e forno com ele durante 15 minutos ou até gratinar.

Antes de ir ao forno






Receita #8 Bacalhau Espiritual

Bacalhau Espiritual Parcialmente Comido


Existe alguém com desejos nesta casa e posso dizer que não sou eu. Quando se fala de pratos de molhanga com um distanciamento de uma semana cai o carmo e a trindade, mas dois pratos de bacalhau praticamente seguidos já não há problema nenhum. E não, não nos ofertaram bacalhau nem o mesmo está em promoção. Simplesmente apetece à cara metade, e se a cara metade quer então que se faça um bacalhau espiritual.

Aqui vai a receita.

Pão Ralado
1. Colocar no copo 50 g de sobras de pão partido em pedaços e ralar 15 seg/vel 10. Retirar e reservar.

Bacalhau
2. Colocar um recipiente sobre a tampa da Bimby, pesar 100 g de pão da véspera em pedaços e 100 g de leite. Deixar o pão absorver o leite todo.
3. Colocar no copo 50 g de azeite, 200 g de cebola, 2 dentes de alho e 300 g de cenoura cortada em pedaços pequenos. Picar tudo 10 seg/vel 5 e refogar 5 min/120ºC/vel 1.
4. Juntar 400 g de bacalhau demolhado e desfiado e o pão, ambos bem espremidos. Uma pitada de sal, uma pitade de pimenta e 5min/100ºC/vel 2. Colocar num pirex e reservar.

Molho Bechamel
5. Pré-aquecer o forno a 200ºC - isto para as pessoas que não tem um forno do século passado.
6. Colocar no copo 300 g de leite, 60 g de farinha, 30 g de manteiga, uma pitada de sal, pimenta e noz-moscada e 6 min/90ºC/ vel 4.
7. Adicionar as natas.

PAROU
Onde estão as natas? Procurei no frigorífico. No armário. Em todo os locais possíveis. Não tinha natas. Felizmente ainda não tinha começado a fazer o molho bechamel quando me dei conta deste infortúnio do destino. Não seria nada de preocupante se não fossem onze da noite quando estava a fazer a receita e como não me apetecia ir a uma estação de serviço indagar se eles tinham natas resolvi ir dormir e deixar o molho para amanhã rezando para que não ficasse tudo uma grande porcaria.

Bacalhau que ficou à espera que fosse comprar natas 

Dia seguinte cedinho vou comprar as natas, com um ar de que todos me devem e ninguém me paga e toca a fazer o molho.
Continuando.

7.Adicionar as natas e 2 min/ 90ºC/ vel 4. Cobrir o belo do bacalhau, polvilhar com o pão ralado e forno com ele durante vinte minutos ou até ficar gratinado.
Por fim comer e esperar que a cara metade fique sem mais desejos de bacalhau. Ah, ficou bom, graças aos anjinhos!

Bacalhau já com o molho bechamel

Antes de ir ao forno

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Momento Musical

Como a vida não é só cozinhados deixo-vos aqui uma canção que descobri e da qual gosto muito :)

Deolinda - A Velha e o DJ ft. RIOT



domingo, 26 de junho de 2016

Receita #7 Torta de Bacalhau

Estava eu e a cara metade a ver um dos episódios da segunda temporada do MasterChef Brasil quando um dos concorrentes apresenta um daqueles pratos cheios de molhanga. Automaticamente a cara metade começa a salivar e diz que adora aqueles pratos e que não se importava de comer aquilo todos os dias e bla bla bla whiskas saquetas. Como eu não sou assim totalmente tapadinho (ou gosto de pensar que não sou) aquela conversa soou-me a uma indirecta muito directa, por isso anotei mentalmente que o meu próximo prato tinha de ser algo cheio de molhanga, transbordando molhanga, idealmente seria até molhanga com molhanga.
Meu dito meu feito, no dia a seguir quando fomos ao supermercado a cara metade perguntou-me o que eu tencionava fazer para o jantar. Saco do meu telemóvel e mostro-lhe a foto duma receita do livro da Bimby cheia de molhanga. É isto que eu vou fazer digo já à espera de gritos de prazer incontrolável. Outra vez um prato desses? - pergunta-me a cara metade com ar de quem snifou uma bufa-pantufa (categoria de bufa que não se ouve mas que tem a capacidade de aniquilar um pequeno vilarejo) - ainda há pouco fiz um prato parecido!
Respiro fundo para não perder a compostura. Pergunto-me o que aconteceu com o amor à molhanga? Não me ia dar por vencido. Pois, digo eu com o meu ar menos cínico de sempre (not), mas vai ter que ser porque só tenho esta receita aqui e tenho de fazer as receitas que estão no livro e não vou inventar.
É nesse momento que a cara metade saca do seu telemóvel e diz triunfante - Não te preocupes que descobri que alguém deu-se ao trabalho de fazer o scan do livro e do colocar online, por isso podemos consultar as receitas agora mesmo.
A essa pessoa que se deu ao trabalho de colocar o livro da Bimby online - espero que apanhe piolhos!
Depois de me dar por vencido (nem sei porque é que ainda tenho a ilusão que um dia posso ganhar) resolvo (ou resolve a cara metade) fazer uma torta de bacalhau.

Uma coisa que a mim sempre me intrigou é porque é que no livro da Bimby as receitas nunca são classificadas como difíceis, ou são fáceis ou médias, difícil é uma coisa que parece ser impensável de existir para a equipa da Bimby. No entanto quando depois da receita aparece uma data de fotos a explicar como executar cada passo nós ai entendemos que as coisas não vão ser fáceis. A parte de pôr os alimentos na Bimby e de os cozinhar até pode ser acessível mas na parte da construção do prato é que as coisas de certeza que vão correr mal - e foi mais ou menos o que aconteceu.

Primeiro faz-se o recheio e a cobertura. Rala-se o pão (que era um resto do pão saloio que tinha feito noutra receita) e reserva-se. Picam-se os coentros e adiciona-se manteiga, farinha, leite, sal e pimenta.
Cozinha-se a 90ºC durante 8 minutos e depois retira-se e deixa-se arrefecer.
Depois no copo limpo - e aqui agradeço à cara metade o facto de ter conseguido um segundo copo da Bimby que poupa imenso tempo nas lavagens - coloca-se alho, cebola e azeite, pica-se e refoga-se. Adiciona-se ao refogado o bacalhau bem espremido e cozinha-se 7 minutos a 100ºC. Retira-se e escorre-se. Coloca-se no copo batata, água e sal e coze-se durante 25 minutos. Retira-se e escorre-se. Nesta altura já estou a fazer um esforço hercúleo para não me perder nos passos da receita e a vociferar contra pessoas não identificadas pelo facto da mesma ser tão complicada.
Depois de se cozinhar o bacalhau e a batata voltam-se a colocar no copo juntamente com pimenta e noz-moscada e bate-se tudo.

Nesta parte é que começa a ser necessário seguir as fotos do livro.
Sobre o papel vegetal polvilha-se uma camada de pão ralado, sobre a qual se distribui a mistura de batata e bacalhau que por sua vez será barrada com o recheio que se fez logo no início. Até aqui tudo sem grandes stresses. Agora a parte do enrolar com a ajuda do papel vegetal colocando de seguida sem o papel vegetal a torta num pirex e regar com um fio de azeite é que não foi tão sem stress. Chamei logo a cara metade. Quando são situações mais complicadas gosto sempre de ter alguém a quem possa culpar caso as coisas não corram como o esperado. Vimos que a torta, primeiro que tudo, estava demasiado grande, ou seja, não havia pirex onde ela coubesse. Por isso enrolámos a dita cuja rezando sempre para que não se desmanchasse tudo, demos-lhe depois umas valentes palmadas para a condensar e finalmente num gesto de genialidade/desespero tirámos o papel vegetal e ala para dentro do pirex.

Deu um trabalhão. Mas valeu bem a pena.

Colocando o pão ralado

A mistura de batata e bacalhau

Barrando a mistura de batata e bacalhau

Barrando o recheio que tem uma cor mais esverdeada devido aos coentros

A torta já em formato torta propriamente dito

Depois do Forno

O empratamento

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Dia Internacional do Sushi

Neste último sábado comemorou-se o Dia Internacional do Sushi. O que vale é que todos os dias é o dia internacional de qualquer coisa, do beijo, do amigo, de usar cuecas amarelas, de cortar as unhas dos pés, enfim, há sempre uma razão para festejar caso se esteja com disposição para isso.
Para minha infelicidade há sábados que tenho de trabalhar, e este último foi um deles, por isso quando cheguei a casa a única coisa que me apetecia era comer algo rápido e enfiar-me na cama a dormir.
Mas a cara metade tinha-me preparado uma surpresa - sushi! Apesar da cara metade ser apenas uma iniciante nestas andanças do sushi e derivados estava tudo delicioso. E sabem, quando uma coisa é feita com amor e carinho, consegue saber muito melhor do que qualquer iguaria servida num restaurante - a não ser que a vossa cara metade trabalhe nesse restaurante claro! :)

O manjar de Sushi com Limada (limonada de lima) para bebida


Sushi de Fusão - Urumaki de Farinheira e Maçã Verde e Niguiri de Bacalhau com Laranja


Urumaki de Cereja e Temaki de Salmão com Queijo Creme


Maki de Camarão e Maki desconstruído na taça


Niguiri de Salmão e Abacate


Sashimi de Salmão e Salmão no Abacate




quinta-feira, 23 de junho de 2016

Receita #6 Scones ( Não Sindicalizados)

Há dias em que uma pessoa acorda e lhe apetece fazer algo assim fresquinho logo pela manhã para comer. Esta semana como só entro ao trabalho às 11 horas tenho esse tempo livre, porque nas semanas em que entro às 9 às vezes nem tempo para um pequeno-almoço sentado tenho. Mas como todos sabem quando temos mais tempo para fazer as coisas com calma e para nos arranjarmos e tudo e tudo e tudo é quando incrivelmente conseguimos chegar mais atrasados. Por isso quando comecei a ver no livro da Bimby o que é que podia fazer para comer com uma manteiguinha torci o nariz porque tudo me pedia tempos de levedação gigantescos. Tudo menos uma coisa - scones!
A receita é extremamente fácil - juntar farinha, manteiga, açúcar, leite, um ovo. fermento e sal e misturar tudo. Depois é só tentar moldar com a ajuda de duas colheres (sou péssimo em artes plásticas se ainda não tinham percebido) pequenos montinhos e meter no forno. Foi nessa altura que a cara metade que andava suspeitamente desaparecida dá ar da sua graça e diz-me que eu fiz uns scones somíticos. Ou seja que os meus montinhos estavam muito pequeninos e que ia dar um scone muito fraquinho. Pior que isso foi nesse mesmo dia mostrar a foto da preparação dos scones à colega do gato - que entretanto já voltou - e ela dizer-me que segundo o que aprendeu no MasterChef Austrália os scones deviam estar juntinhos uns dos outros, para se ajudarem mutuamente no crescimento. Uma espécie de sindicalização presumo. 
Mas fossem somíticos ou não sindicalizados, no fim de contas não sobrou nem um sconezinho, essa é que é essa.

Colocando o Fermento - Confesso que só coloquei a foto para mostrar as colheres de medida todas giras que comprei

Os scones não sindicalizados antes de irem ao forno

O resultado final

sábado, 18 de junho de 2016

GatoSitter (ou BabySitter versão felina)

As porquinhas da índia comilonas já voltaram a casa dos donos o que fez com que cá por casa se vertessem umas lágrimas porque uma pessoa habitua-se aos bichos e depois quando se chega à cozinha e não se vê umas quantas cabeças a dar ao dente bate uma saudade - sim somos um casal de sentimentalistas e com muito orgulho.
Pelo facto de nenhuma das porquinhas ter batido a bota durante o tempo que cá passou nem ter perdido nenhuma pata ou outra parte anatómica de importância vital posso considerar que estou um profissional no que toca a prestação de cuidados de bem-estar e sobrevivência a seres irracionais.
Claro que uma fama deste tamanho não poderia passar despercebida aos outros donos de animais o que fez com que a minha colega de trabalho, confiante nas minhas capacidades (ou desesperada), me pedisse para lhe tomar conta do gato enquanto ia ao Porto visitar a família. 
E aí vi a minha vida a andar para trás. Uma coisa são porquinhos da índia metidos numa gaiola a comer tudo o que lhes aparece à frente, outra coisa é um gato bem grande que não me parece que vá querer ficar o dia inteiro esparramado dentro de uma caixa transportadora. Imaginei logo sofás e cortinados rasgados, móveis arranhados, e quantidades astronómicas de pêlo pelo ar que me fariam ter sucessivos ataques asmáticos que por sua vez me levariam a ter de permanecer internado num qualquer hospital da zona onde muito provavelmente iria adquirir uma infecção nosocomial e....      Só tens que passar lá por casa e alimentar o gato disse a minha colega. Parei automaticamente a minha linha de pensamento que não me estava a levar a nenhum sítio de bom e respirei de alívio.

Hoje de manhã passei por casa dela para alimentar a "fera". Quem lê atentamente o blog sabe que tenho uma técnica infalível para saber se os animais estão vivos ou não, que consiste em atirar comida e esperar que o animal venha comê-la. Ora com este gato não é de todo necessário ter essa preocupação. Mal uma pessoa põe a chave na porta começa logo a ouvir miados ensurdecedores como se o raio do bicho não comesse há ano e meio. Abre-se a porta da cozinha e ele literalmente salta para cima de nós, cheirando-nos as mãos, os pés, o cabelo, tudo numa ânsia de descobrir onde é que temos escondida a comida que ele tanto quer.
Alimentei o gato, troquei-lhe a água, verifiquei se não havia nenhum estrago relevante na habitação, fiz-lhe umas festinhas e fui-me embora. Amanhã volto. Só espero não me dar com um frigorífico arrombado ou algo do género.

A "Fera"

O "Devorador de Ração"



quinta-feira, 16 de junho de 2016

Receita #5 Quadrados de Chocolate

Uma pessoa não deve viver com arrependimentos mas há uma coisa na minha infância que eu não me consigo perdoar. O facto de não ter comido mais bolos!
Pode parecer ridículo mas tenho pena de não ter comido bolos nenhuns quando era mais pequeno, de não ter lambuzado os dedos e a cara com o creme das bolas de Berlim (comia bolas de Berlim sim na praia mas sempre sem creme). Odiava bolos, odiava ainda mais o creme dos ditos cujos. Passaram-se anos em que a minha mãe comprava um bolo de aniversário para eu levar para a escola sabendo de antemão que não lhe tocaria. Na altura do bolo-rei achava imensa piada ao brinde e à fava, mas como não comia bolo estava sempre fora da competição sobre quem acharia o quê, não fosse a minha mãe pedir para eu escolher uma fatia e se nessa fatia houvesse brinde ou fava eram para mim. Conclusão, ela comia duas fatias, a dela e a minha, mas nunca me lembro de a ouvir queixar acerca disso.
Era uma criança que não comia bolos e para mim fazia-me confusão quem os conseguia comer.
Isso passa com a idade, vaticinava a mina mãe, com o teu irmão foi exactamente o mesmo.
E assim foi, com o passar dos anos comecei a comer bolo-rei, depois outro tipo de bolos com creme e no fim mesmo os bolos de aniversário eram devorados com prazer.
Esse prazer manteve-se até à idade adulta, e acho que foi devido a ter comido poucos bolos em criança que não fiz a transição de como se comer um bolo adequadamente na idade adulta. Basta olharem para a minha cara para saberem se estiver a esfregar-me numa bomba calórica. Lábios e cantos da boca todos besuntados com chocolate ou outros resquícios da gulodice. E já tentei comer de forma elegante, sem ficar com aspecto de quem enterrou a cara na sobremesa num desespero de fome mas não consigo, é algo superior a mim!

Além de gostar de comer bolos e sobremesas no geral fico muito feliz se as puder cozinhar (desde que não as queime ou aconteça outro cataclismo semelhante) porque significa que vou lamber o tacho. Neste caso mais concreto irei lamber o copo da Bimby e foi isso que aconteceu (e que valentes lambidelas eu dei - nada de pensamentos devassos sff) quando decidi fazer uns deliciosos quadrados de chocolate.

A cara metade sofre da mesma gulodice que eu (junta-se a fome à vontade de comer) por isso também começou a salivar quando falei em fazer quadrados de chocolate. Primeiro passo - untar com manteiga e polvilhar com farinha um tabuleiro. ERRADO! Segundo a cara metade em vez de untar com manteiga vamos colocar uma folha de papel vegetal no tabuleiro para ser mais fácil desenformar os quadrados e coiso e tal e polvilhar a farinha directamente no papel.
Passo seguinte, colocar no copo da Bimby a manteiga, o açúcar e os ovos. Abro o frigorífico. Onde está a manteiga? Como pode não haver manteiga nesta casa? Sinto imediatamente o meu nível glicemico a descer a pontos de poder ter um piripaque. Usa creme vegetal diz a cara metade. É a mesma coisa? indago eu. A cara metade faz um ar de "se não for que queres que te faça?" Arrisco e uso o creme vegetal - isto sim é viver no limite.
Seguidamente adicionar o chocolate e misturar. E aqui ressalvo dois detalhes. O primeiro é que o chocolate deve ser bom para o resultado final ser bom também. Sei que isto parece estupidamente óbvio mas existe muita gente que se esquece. Eu gosto de usar o chocolate da Pentagruel porque é o que conheço melhor mas estou sempre aberto a novas sugestões. O segundo é que ao colocarem o chocolate dentro da Bimby cortem-no primeiro em pedacinhos pequenos. Porque se não as coisas não vão correr tão espectacularmente bem como poderiam - acreditem!
Depois do chocolate adiciona-se a farinha, vai ao forno, desenforma-se quente, corta-se em quadrados e polvilha-se com açúcar em pó que pode ser feito na Bimby mas que eu usei já feito porque tinha na dispensa e é preciso ser gasto.

Escusado será dizer que nos minutos a seguir já andava com as beiças todas pintalgadas de chocolate!

Chocolate para culinária Pentagruel
O chocolate cortado antes de ir para a Bimby

Altura de ir para o forno

O resultado final

terça-feira, 14 de junho de 2016

A Prenda - Grãos de Kefir

Trouxe-te uma prenda diz-me a cara metade com um ar de extrema felicidade. Dou-lhe o meu melhor sorriso. Afinal é sempre bom recebermos um miminho de que nos ama. Fecho os olhos e estendo as mãos e quando os volto a abrir tenho uma tacinha com uma substância não identificável lá dentro. São grãos de kefir diz a cara metade com o mesmo entusiasmo de alguém que descobre uma nota de quinhentos euros perdida no bolso das calças. O meu melhor sorriso começa a ficar forçado. É para nos ajudar a nível dos intestinos diz a cara metade, toda a gente fala maravilhas do kefir. E como eu vi um anúncio no OLX dum senhor a dizer que tinha para dar aproveitei.
O meu sorriso passa a amarelo porque
a) Os meus intestinos estão muito bem obrigado. Se exista alguém que liberta uns gases ligeiramente mais poderosos não sou eu.
b) Ir buscar grãos de kefir a alguém do OLX que nem sequer se conhece?! Chamem-me antiquado mas eu é que não me ia sujeitar a aparecer na capa do Correio da Manhã com um título do tipo "Blogger Anónimo vai à busca de grãos de kefir grátis e acaba sequestrado em antro de tortura medieval"
No entanto a cara metade não estava nem aí para os motivos do meu sorriso amarelado e começou logo a tratar de activar os grãos de kefir com um litro de leite e a dar-me todas as instruções de como tratar bem dele.

Para todos aqueles que ainda não perceberam o que raio é o kefir deixo-vos com a descrição que a simpática da Wikipédia nos dá, apesar de achar que esta descrição é mais adequada para os grão de kefir em si:

"Kefir ou quefir é uma colônia de microrganismos simbióticos imersa em uma matriz composta de polissacarídeos e proteínas. Originário do Cáucaso é formado por lactobacilos e leveduras aptos a fermentar diversos substratos – sendo o leite (caprino ou bovino), historicamente, o mais comum deles."

Ou seja os grãos de kefir são um grupo de bactérias e leveduras que tem a capacidade de fermentar o leite e dar origem a um produto (o kefir) que quando consumido aparentemente tem imensos benefícios para o corpo humano principalmente a nível do intestino. Os grãos de kefir tem a capacidade de se multiplicar conforme são cultivados sendo por isso que há pessoas que de vez em quando tem para dar. Algo que muitos não sabem é que como os grãos foram considerados na antiguidade como uma dádiva divina supostamente os mesmos nunca deveriam ser comercializados e sim sempre doados, mas claro que isso não acontece.

Quando era mais novo lembro-me de ter tido grãos de kefir em casa que uma amiga tinha trazido dum amigo que vivia no Alentejo. Na altura eu era um rapaz um bocado despassarado e por isso a minha mãe é que se encarregou de tomar conta do kefir. Um dia chego a casa e lembro-me nem sei porque de perguntar como estavam os grãos de kefir. A minha mãe olha para mim muita séria e diz-me: "Desculpa mas aquilo fazia-me impressão estarem cada vez maiores e fiquei assustada e mandei tudo pelo cano." E assim se foi a dádiva divina.

Os Grãos de Kefir que recebi como prenda




Porquinho da Índia - Mas não na Panela

Quando uma amiga nos liga a perguntar se podemos cuidar durante uma semana de um bando de porquinhos da índia o nosso primeiro instinto é querer ajudar e dizer que sim. No entanto, mal desligamos o telefone pensamos, e se os bichos morrem enquanto estão cá em casa?
Sim eu sei que é uma forma muito fatalista de pensar mas sempre me atormentou essa ideia. E se depois a pessoa acha que nós fomos negligentes? E se a amizade vai por água abaixo? E se nunca mais conseguir estar ao pé dum animal sem me virem lágrimas aos olhos?
Enquanto cismava nestes "e se" sem me dar conta os porquinhos da índia já cá estavam em casa e a minha amiga gritava um até para a semana e arrancava a toda a velocidade rumo a umas férias porquinhos-da-índia-free.
São 5, todas fêmeas, e confesso são das coisas mais bonitas que tenho visto nos últimos tempos, assim todas fofinhas e cheias de pêlo e tudo e tudo e tudo.
Mas como o ser humano é um ser de taras e manias ainda não consegui deixar de cada vez que vou à cozinha olhar para a gaiola para ver se estão todas bem. E se faltar alguma deito-me no chão para ver se a que está escondida se está a mexer. Como a maior parte das vezes fico na dúvida uso o truque da comida que basicamente consiste em mandar comida e esperar que vão todas lá. Até agora resultou sempre visto que o raio das porcas estão sempre a comer. Ele é ração, é feno, é cenoura, alface, pimento, aipo, cascas de fruta, as porquinhas estão sempre a dar ao dente. Eu até que vou jurar que uma outra já estão mais gordas desde que vieram cá para casa. Vai-se a ver elas já perceberam que eu tenho um coração fraco e fingem-se de mortas para eu lhes mandar mais comida. Mas antes elas gordas que eu com um ataque cardíaco.


As porcas
As porcas dando ao dente como de costume




sábado, 11 de junho de 2016

Receita #4 Pão Saloio




"Bom dia amor,
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor,
Tal como as rosas espero sempre por te ver"
É assim que eu acordo, com a Carminho a cantar dentro da minha cabeça.

Bom dia amor, olha e que tal ires-me fazer o pequeno-almoço? É que sou sempre eu que to faço. E já agora deixa-me dormir mais um bocado que estiveste a noite toda a roubar-me o lençol. E estás com mau hálito.
É assim que a cara metade acorda, sempre pronta a dar-me um boost de boa disposição e alegria. Supostamente numa relação as duas pessoas deveriam acordar com a mesma música a entoar-lhe nos neurónios mas parece que no nosso caso o nosso MeoMusic está completamente dessincronizado.

Resolvo fazer pão saloio. A cara metade costuma fazer e é fantástico ter logo pela manhã aquele cheirinho de pãozinho quente e poder barrar-lhe uma manteiguinha...hmmmmm...apesar de tudo a cara metade merece.
Porém como agente bimby que é já tem truques para tudo e mais alguma coisa, por isso nunca segue a receita à risca, algo que vocês já sabem que me faz muita confusão, e no caso do pão a cara metade já não o deixa levedar, tem um truque todo xpto para o levedar durante a cozedura e eu não vou nessas cantigas, quero seguir as instruções do livro certinhas e por isso vou deixar o pão 40 minutos sossegadinho a dobrar o volume.

40 minutos?? Vou ter de esperar 40 minutos pelo pequeno-almoço? Olho para a cara metade com o meu ar mais romântico (not) e pergunto-me
a) não era suposto querer dormir mais um bocadinho?
b) como é que raio sabe o que eu vou fazer se estava no quarto e eu não abri a boca desde que entrei na cozinha?
c) Será que percebe a dica se eu olhar de forma "fofinha" para a fruteira?
As respostas são por ordem pelos vistos não, nunca vou conseguir entender, e sim visto ter pegado num pêssego e saído da cozinha sem antes me lançar um olhar "fofinho".

Começo a receita. Junto a água e o fermento e aqueço durante dois minutos. Adoro usar um fermento (Hefe em alemão) da Albona que o Aldi costumava ter mas agora descontinuou. É prático e super barato. Felizmente tenho uma reversa simpática em casa mas quando acabar tenho de procurar uma alternativa ou chorar aos senhores do Aldi que o voltem a comercializar. Depois dos 2 minutos junto a farinha - com 30 gramas extra devido a usar farinha tipo 55 (a 65 tinha-se acabado imaginem) - e o sal (nunca se deve juntar o sal e o fermento ao mesmo tempo, porque senão o sal inactiva o fermento) e uso a função espiga da Bimby para amassar. E tenho a dizer que esta função espiga é assim qualquer coisa de espectacular. A massa fica super bem amassada e não agarra ao copo. Basta virá-lo e rodar a peça que liga a lâmina (aquela espécie de rodinha preta) para libertar toda a massa. E não fica toda grudenta nas mãos.

Depois de amassada a massa forro o tabuleiro do forno com uma folha de papel vegetal. Não é preciso usar uma nova diz a cara metade que já tinha regressado à cozinha, podes reaproveitar a minha de ontem. Reaproveito então a folha de papel vegetal, que a vida está difícil, polvilho com farinha e faço uma bolinha linda. Depois coloco-a dentro do microondas (desligado) que é um local de temperatura controlada e preparo-me para esperar os 40 minutos para desespero de uma certa pessoa.
É nesta altura que deveria pré-aquecer o forno a 200ºC mas isso seria se tivesse um fogão que não fosse da idade da pedra. Como muitos sabem quando se arrenda uma casa muitas vezes os electrodomésticos que estão incluídos não são os de última geração. Com alguma sorte é possível que consigam ser mais velhos que nós mesmos. No meu caso o fogão apesar de funcionar pronto tem algumas limitações, como por exemplo escolher a temperatura do forno. Por isso basicamente procede-se ao método científico do "eu-acho-que-já-deve-estar". Liga-se o forno durante uns bons minutos e quando se acha que já deve estar pimba comida lá para dentro. Tem é de se vigiar a comida com mais regularidade para não acontecerem acidentes.
E foi isso que fiz com o meu pão saloio. Quando passaram os 40 minutos e ele já estava bem grandinho, fiz-lhe a cruzinha no topo (acho que podia ter feito com menos delicadeza mas pronto) e mandei-o la para dentro juntamente com um recipiente com água quente próprio para ir ao forno de forma ao pão ficar mais húmido e conservar-se mais tempo.
Quando ele ficou cozido (e aqui tive de pedir ajuda à cara metade para me ir avaliando o cozimento do pão) deixei-o arrefecer em cima duma rede e depois foi atacar sem contemplações.
Estava fenomenal!


O Fermento da Albona
Modelando a massa

Pronto para levedar
Depois dos 40 minutos

O resultado final



quinta-feira, 9 de junho de 2016

Master Chef Brasil

Eu sei que a Season 1 do Master Chef Brasil já deu em 2014 mas eu nunca tinha visto e ontem juro que ao ver a final na SIC Mulher só não engoli o meu próprio punho com tanto nervosismo por uma questão de milésimas de segundo.
Mas a Elisa ganhou.
Weeeeee, felicidade, festa, alegria. Apesar de não achar que fosse a melhor cozinheira dentro do grupo inicial era a que eu preferia ver ganhar, por causa da humildade e de ser uma fofa e todas essas coisas.
Fiquei contente e apeteceu-me partilhar.

Receita #3 Estufado de Tofu

Eu sabia que este desafio se ia virar contra mim. Mas é que tinha a certeza absoluta disso. Chego a casa todo feliz da vida vindo do trabalho e a cara metade está à espera em casa para me receber com um super sorriso nos lábios.
Deve estar feliz por me ver pensei eu inocentemente (e burramente). Até ao momento em que me diz que já que me propus a fazer todas as receitas do livro da Bimby podia por mãos à obra e fazer o jantar. Mas e coisa e tal estou cansado e tu fazias mais depressa - erro crasso - porque eu nunca levo nada até ao fim, e que tenho boas ideias mas sou um preguiçoso procrastinador, e que o cansaço não é só meu.
BANDEIRA BRANCA.
Arrasto-me derrotado para a cozinha e abro o frigorífico e o livro da Bimby. Depois de largos momentos contemplativos decido que vou fazer estufado de tofu.
Ai estufado de tofu não que já comemos há pouco tempo! Questiono-me se a cara metade agora também consegue ler os meus pensamentos - a convivência tem destas coisas. Porque é que não fazes um tofu à Brás ou um caril de tofu? Pergunto-lhe se alguma dessas receitas está no livro base. Não? Paciência, o desafio a que me propus não dá liberdade a criatividades culinárias!
Tenho de confessar que relativamente às receitas sou muito quadrado, muito by the book. Enquanto que a cara metade muda e troca ingredientes e tempos de cozedura e tudo o mais eu tenho de seguir à risca tudo o que está escrito na receita. Porque tenho medo que uma pequena mudança me mande com a Bimby pelos ares. Ou que me torne a comida intragável.
Começo a fazer o refogado e a descascar a cebola e os alhos. Deixa-me ensinar-te uma técnica espantosa para descascar alhos diz a cara metade ainda visivelmente ressabiada por ter de ir comer estufado novamente. Reviro os olhos. Ah e tal cortas aqui a base do alho e dás-lhe um golpe ao longo do corpo e tiras-lhe a casca facilmente. Casca não sai assim tão facilmente. Cara metade fica ainda mais irritada. Casca continua a não sair. Cara metade não desiste mas vê-se que está fula da vida. Finalmente o alho é descascado. Rio-me para dentro mas faço um ar de que sim foi espectacular e a minha vida mudou para melhor.
Depois do refogado corto os vegetais, demorando uma eternidade visto ser muito nabo na preparação de legumes, junto a pimenta, o vinho branco (gosto de por um bocadinho sempre a mais para realçar o sabor) e um caldo de legumes de compra. Sim eu sei que a Bimby faz caldos de legumes e que são muito melhores e tem menos sal e tudo e tudo e tudo mas eu tenho estes em casa e preciso de os gastar por isso perdoem-me o pecado.
Cozinha tudo e no fim dos 12 minutos junto o tofu. Desta vez escolhi uma marca diferente da que costumo usar e tenho a dizer que além de ser muito mais fácil de cortar o tofu era bem mais saboroso. O único inconveniente é que o comprei no Martim Moniz numa das lojas asiáticas que por lá proliferam e honestamente acho que não o vou encontrar noutro local fora daquela zona.
Para terminar o prato abusei dos orégãos e do manjericão da Margão (que eu sou fã) e que estava completamente perdido no armário das especiarias que já está cheio até ao tecto.
Ah, confesso que fiz uma pequena mudança na receita - não me chicoteiem por favor - que foi juntar molho de soja - adoro - ao tofu no momento em que o coloquei no copo da Bimby. Pois devias tê-lo marinado primeiro na soja para absorver mais sabor diz a sumidade culinária que é a minha cara metade.

Avaliação do resultado final. Receita muito saborosa com os temperos no ponto mas com alguns pedacinhos de cenoura assim a atirar para o al dente. Como sou azelha a preparar legumes devia ter cortado mais finamente a cenoura de forma a ser mais rápido o seu cozimento. Da próxima vez vou ponderar em picar grosseiramente na Bimby antes de a colocar para cozinhar.


O tofu comprado no Martim Moniz

O Manjericão da Margão que estava perdido no Armário das Especiarias

O Resultado Final


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Receita #1 Ovos Cozidos e Receita #2 Cogumelos Salteados

Início do Desafio.
Primeira coisa a fazer. Pegar no livro base. Constatar que ele não morde mas que se cair em cima do pé vai aleijar.
Segundo, abrir e ler as páginas iniciais com as boas-vindas, as dicas de cozedura, as funções básicas da máquina. Constatar que 5 minutos depois já nos esquecemos de metade das coisas. Voltar a ler tudo. Perceber que não precisamos de decorar nada - afinal temos o livro e não vamos para nenhum exame sem consulta.
Terceiro, darmos-nos conta que estamos a hiperventilar. Acalmarmos-nos um bocadinho.
E aqui começam os problemas. A minha ideia inicial era fazer as receitas do livro todas a eito. Começar na primeira e zumba zumba zumba até à última. Só que isso iria implicar que a minha primeira receita fosse natas batidas. E depois claras em castelo. E depois massa quebrada. E eu não ia obviamente nem deitar fora as coisas nem come-las assim simples nem por uma questão de orgulho pedir à cara metade para as incorporar noutro cozinhado.
Por isso resolvi deixar essas lá mais para a frente e começar com uma coisa mais simples. Folheei o livro e decidi-me pelos ovos cozidos. Estava contente. Ia ser fácil. Havia poucas coisas que podiam falhar. Até que a cara metade me diz, ai faz-me ovos benedict então.
E eu pois claro que sim e que raio é isso? Segundo a cara metade o ovo benedict é um ovo que fica com a clara firme mas com a gema macia a atirar para o líquido. E eu está bem. E olho para o livro da Bimby. E não fala da benedicts nenhuns na parte do tempo da cozedura. Doze minutos diz a cara metade. Está bem resmungo eu.
Coloco a água no copo e quando vou por os ovos no cesto diz-me a cara metade - usa o suporte para ovos. Que é não mais que uma folha de papel de alumínio moldada de forma ao ovo assentar e ficar direitinho e não rebolar pelo cesto todo. Uso o suporte para ovos. Ponho o tempo e a temperatura e ligo a Bimby. Nada pode correr mal. Até que começa a sair imensa espuma do copo. Pronto já consegui destruir uns singelos ovos. A cara metade que estava a vigiar todo o processo manda desligar a máquina, baixar a temperatura cinco graus e continuar com a cozedura. Segundo ela quando isto acontece é porque a água entra em contacto com alguma sujidade que os ovos possam ter e isso faz com que se forme esta espuma. Para mim foi porque a cara metade me deu o copo sem estar lavado depois de fazer pão mas não quer admitir.
Adiante estava eu todo contente com a minha primeira receita quando a cara metade (que se arrisca a ser lançada pela janela) pergunta se vou apenas fazer uns ovitos. Reviro os olhos e decido-me a fazer uns cogumelos salteados - cuja receita me pareceu bastante fácil.
Vou buscar as ervas aromáticas ao frigorífico, que estão dentro dum recipiente especial comprado na Tescoma de forma a prolongar o seu tempo de semi-vida e pico a salsa com o alho. Insiro a borboleta e mando para lá o resto dos ingredientes sendo que uso uma lata de cogumelos e uns cogumelos Portobello biológicos muito saborosos que estavam no frigorífico já esquecidos. E aqui tenho de referir que como mestre da poupança que tento ser uma das coisas que mais gosto é de comprar produtos no supermercado com aquela etiqueta roxa de aproximação de fim de prazo de validade. Conseguem produtos de boa qualidade a um preço muito mais baixo - mas depois convém lembrarem-se de os consumir antes de eles se deteriorarem.
Ponho também uma malagueta sem as sementes - senão fica muito picante diz-me vocês sabem quem - porque viemos da Índia não faz uma semana e trouxemos um saco cheio delas que temos que usar. E fica tudo a saltear.
Conclusão. Tudo extremamente saboroso. Os cogumelos estavam divinais. Os ovos estavam bem cozidos mas a gema já não estava tão líquida como deveria porque como sou um cabeça no ar quando a Bimby apitou não fui logo a correr tirar o cesto para os passar por água fria para parar o processo de cozedura. Mas para primeiras receitas fiquei confiante. Vamos ver como correm as próximas.

O belo do suporte para os ovos
Recipiente para ervas aromáticas da Tescoma
Cogumelos Portobello em Promoção

Malaguetas vindas da viagem à Índia
O Resultado Final

O Início do Desafio

Faz quase um ano que tenho a minha querida e adorada Bimby TM5. Eu gosto dela, ela gosta de mim, e viveríamos todos na paz do Senhor se a minha cara metade não achasse que eu não a rentabilizo o suficiente.
É verdade que eu e a cozinha não somos os melhores amigos e que cozinhar para mim sem Bimby é um pesadelo - o mais provável é a comida ficar toda queimada e agarrada ao tacho. O que não é verdade é quando dizem que depois de dois meses de usarmos a Bimby estamos prontos para começar a usá-la de forma intuitiva e adaptarmos as nossas receitas para ela. Bem, assumo que a minha intuição deve esta hibernar porque se não tiver uma receita à frente a única coisa que consigo fazer com a Bimby é um batidozito e já tenho bastante sorte.
Como a minha cara metade é agora agente oficial Bimby (para mal dos meus pecados) não tenho nenhuma desculpa para não a usar - desde o não tenho tempo, ao não tenho ingredientes, nem mesmo o por favor estou a morrer e só quero deitar-me e acordar daqui a um mês.
Por isso depois de tanta insistência para eu experimentar mais as potencialidades da Bimby tive uma ideia fabulosa (not) - desafiar-me a mim mesmo a fazer todas as receitas do livro base da TM5 até ao final do ano.
Claro que a cara metade achou fantástico - claro que eu me arrependi 5 minutos depois. Mas como sou um homem de palavra começa aqui o desafio para fazer todas as receitas do livro base da Bimby TM5 até ao final do ano. Desejem-me sorte!