quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Truques Culinários

E o que é que eu faço quando não tenho companhia no trabalho para almoçar?
Vejo vídeos no YouTube com truques que posso utilizar na cozinha.
Alguns dos truques valem a pena e fazem-me pensar porque raio andei eu a minha vida toda a desperdiçar tempo e energia, outros são simplesmente, como dizer, estranhos e desnecessários pelo menos na minha perspectiva!

Deixo-vos aqui o último vídeo que vi :)



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

I'm Still Alive

Para todos aqueles que pensavam que tinha morrido após um ataque de uma Bimby descontrolada desenganem-se, estou aqui vivo e fresco como uma alface acabada de ser borrifada numa grande superfície comercial.
As razões para não ter vindo aqui a este cantinho são muitas, apesar de mais de metade delas serem desculpas que tento pregar a mim mesmo para não assumir que sou um preguiçoso nato.
No entanto, além da preguiça que me consome, houve outras variáveis que entraram na equação que é a vida (que poético que eu estou) que me fizeram estar mais afastado. Lá por casa houve uma mudança de carreira drástica da cara metade, que eu tenho estado a apoiar com todas as minhas energias, estamos a meio do processo de adopção dum bichinho (depois coloco fotos quando o tivermos cá por casa) e, mais importante que tudo o resto, ficámos ambos (mais eu do que a cara metade admito) viciados no Pokemon Go.
Sim eu assumo que sou viciado no Pokemon Go e que ando por aí a deambulas a horas pouca próprias a tentar apanhar uma Jigglypuff mas o raio da bicha anda fugida e eu choro porque queria mesmo ter uma e eu sei que bem que estávamos se todos os problemas do mundo fossem desse tipo mas eu queria mesmo!
Pronto, depois de expiar os meus pecados com vocês leitores fofinhos e de vocês me catalogarem como maluquinho de grau III prometo caso consiga apanhar o raio da Jigglypuff  que venho mais regularmente aqui ao blog mostrar-vos os últimos pokemons cozinhados que passaram lá por casa! :)

domingo, 17 de julho de 2016

A Minha Marmita #2

Hoje partilho convosco a minha marmita de sábado porque como sou uma pessoa extremamente infeliz há sábados que lá tenho de ir trabalhar. A única coisa que me alegra (além de ter trabalho que hoje em dia já é uma grande alegria) é o facto de ter sempre uns belos petiscos para pelo menos a hora de almoço ser fenomenal! :)

Frango com gengibre e amêndoas envolto em cous cous oriental!

sábado, 16 de julho de 2016

A Minha Marmita #1

Ultimamente tem sido complicado cumprir o desafio a que me propus de fazer todas as receitas do livro base da Bimby TM5 e tenho um rol de desculpas completamente válidas para tal:

  1. O trabalho consome-me. Como sabem sou a única pessoa que deverá trabalhar a sério neste país por isso tem de perceber que fico mais cansado que o comum dos mortais (estou a brincar nada de hate mail sff)
  2. Quando chego a casa a lide da mesma não se faz sozinha. Normalmente fico sentado no sofá e a cara-metade reclama enquanto também se senta no sofá porque se um não faz o outro também não. Conclusão chega-se a um ponto em que não se pode ignorar as bolinhas de cotão e toca de limparmos os dois.
  3. A cara-metade anda activissima em demonstrações pelo país fora por isso quando estou mesmo com vontade de usar a Bimby ela está a ser usada numa demonstração
  4. Tenho uma hérnia, argumento que presumo que possa ser usado para qualquer situação
Porém, apesar de não estar tu cá tu lá com a Bimby ultimamente, a cara-metade não faz outra coisa e eu tenho a sorte de receber uns petiscos deliciosas para o meu almoço que decidi passar a partilhar aqui senão o mais provável é ficar uma data de dias sem publicar. Por isso a partir de hoje dou início à rubrica A Minha Marmita (isto escrito assim até parece que sou jornalista do Expresso ou da Visão). Espero que gostem :)

Quiche de cogumelos, queijo e fiambre gentilmente doada pela cunhada acompanhada por salada de alface, amêndoa e cebola roxa envolvida numa maionese tonnata.

Apple Crumble com requeijão e frutos do bosque para aumentar os níveis de diabetes!

terça-feira, 12 de julho de 2016

Sushic


Fresh Rol
Existem restaurantes que nos tiram do sério. Por todas as melhores razões do mundo. E foi isso que aconteceu quando no sábado fui com a cara metade ao Sushic de Almada. O atendimento foi perfeito, no equilíbrio certo de simpatia, profissionalismo e irreverência. Quem nos serviu foi a Cláudia e só posso tecer elogios relativamente à prestação dela para nos proporcionar um dos melhores almoços de sushi de sempre. Não sei quanto a vocês mas eu costumo perceber quando alguém está a ser simpático só porque tem que ser, e que aquele sorriso com que nos brindam é mais amarelo que outra coisa, mas no caso da Cláudia senti que ela era totalmente genuína - ou isso ou vai ganhar o próximo Óscar para melhor actriz.
Gukan de Fusão

Como não sabíamos o que escolher pedimos o menu de degustação - e digo já aqui que houve um rombo financeiro no orçamento familiar - que foi fantástico! A Cláudia bem que explicava o que eram os pratos mas eu nem a ouvia completamente babando para cima da mesa devido ao aspecto divinalmente pecaminoso que cada iguaria tinha.
Confesso que sou homem de muito alimento, e quando costumo ir ao sushi tem que ser rodízio e é para sair de lá com o botão das calças desapertado, mas no Sushic comi bem, fiquei satisfeito e não me senti culpado por ter engordado no mínimo cinco quilos.
A todos os que puderem esticar um bocadinho o orçamento vão lá, peçam para ser atendidos pela Cláudia, e depois digam-me como foi!

Especialidade cujo nome não me lembro (desculpem!)

Outro Gukan de Fusão

Carpaccio de Salmão e Vieiras
Pastel de Nata Reconstruído



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Receita #12 Pizza Margarita


Pizza Margarita
Existem aqueles dias em que não nos apetece cozinhar. Que simplesmente sentimos o chamamento do sofá e desejamos entrar em modo urso e hibernar até ao dia seguinte. Mas mesmo nesses dias é conveniente alimentar-mos-nos. Antigamente perdia amor ao dinheiro e mandava vir uma pizza. Primeiro ficava tempos infindáveis a escolher os ingredientes (nasci assim indeciso o que fazer?), depois rezava com afinco para que o senhor da pizza não se perdesse e fosse parar a um bairro duvidoso e ainda fosse assaltado e eu ficasse sem jantar (como podem ver o que aqui me preocupa não é a segurança dum trabalhador esforçado mas sim a minha barriga). Por fim quando a pizza chegava a casa, já tendo eu mastigado meia almofada com a fome/stress/impaciência, poderia ter o azar ou de na viagem do elevador ela ter-se desmontado toda ou de se terem esquecido de metade dos ingredientes - ambas as situações já aconteceram comigo!
Agora, desde que a Bimby entrou na minha vida, eu próprio faço as minhas pizzas, qual Tia Cátia do 24 Kitchen. São rápidas, são económicas e tem uma grande vantagem, que é a de serem ideias para limpar o frigorífico. A regra é: se está no frigorífico quase a estragar-se então mete-se na pizza.
Desta vez não fiz nenhuma pizza limpa restos mas sim uma pizza margarita.

Massa da Pizza
1. Coloca-se no copo 220 g de água, uma colher de chá de açúcar e 8 g de fermento de padeiro seco e mistura-se 20 seg/vel 2.
2. Junta-se 400 g de farinha tipo 65, 30 g de azeite e uma pitada de sal. Amassa-se durante 2 minutos na função espiga. Solta-se a massa do copo, forma-se uma bola e deixa-se levedar.

Cobertura.
3. Coloca-se 300 g de queijo mozarela fresco cortado em pedaços e pica-se 3 seg/vel 5. Transfere-se para o cesto e deixa-se escorrer durante 10 minutos.
4. Depois de estendida a massa num tabuleiro forrado com papel vegetal, distribui-se 400 g de tomate em pedaços, o queijo mozarela picado e tempera-se com sal e um bom fio de azeite. Forno com a pizza durante 20 minutos.
5. Enquanto roemos as unhas já com fome colocam-se numa taça uma dúzia de folhas de manjericão cortadas em pedaços e envolve-se com duas colheres de sopa de azeite. Rega-se a pizza com esta mistura e mais cinco minutos de forno.

No fim podem comer a pizza margarita na sua forma mais pura ou se quiserem dar um toque ainda de mais frescura juntem alguma rúcula antes de se atirarem a ela!

A Massa

Antes de ir ao Forno

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Ovos Surpresa

Está uma pessoa sossegada da sua vida a ver o MasterChef Júnior Portugal quando aparecem sem aviso prévio uns ovos recheados com bolo. Caiu-me o queixo de espanto! Uma pessoa pensa que já viu tudo na vida e pronto, ainda há coisas que nos surpreendem.
Como a Internet é uma coisa maravilhosa meio minuto de pesquisa e encontra-se logo um vídeo de como fazer os ovos surpresa.
Partilho o vídeo convosco.


domingo, 3 de julho de 2016

Receita #11 Queques com Pepitas de Chocolate

Queques com Pepitas de Chocolate

Nestes últimos dias tenho ido correr com o meu irmão visto que a minha circunferência abdominal começa a sair dos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
Gostava honestamente que as pessoas, sobretudo as que trabalham comigo, começassem-me a perguntar o que é que eu ando a fazer (para estar tão elegante) e não o que ando eu a comer (para ter tantas semelhanças com um barril). Na realidade eu gostava era que não me perguntassem nada e que cada um se preocupasse consigo mesmo, mas, como não me parece que isso seja uma aspiração realista, resolvi ir correr para queimar algumas calorias.
Só que existe um pequeno problema. Eu sou adepto daquele dizer "I run I can" ou em português Eu Corro Eu Posso. Eu corro eu posso comer um hambúrguer todo cheio de molhanga. Eu corro eu posso enfardar um pacote de batatas fritas com sabor a presunto. Eu corro eu posso ir para casa a correr fazer queques com pepitas de chocolate para compensar as calorias que perdi. E foi isso mesmo que eu fiz.

1. Untar com manteiga um tabuleiro para queques.
E vão por mim, não sejam avarentos na manteiga senão depois ficam com os queques todos destruídos. Eu usei dois tipos de formas, umas mais pequeninas, que deram uns queques mais escurinhos, e umas maiores em forma de rosa. As rosas que saíram perfeitinhas foram apresentadas como rosas, as que ficaram metade agarradas à forma foram descaradamente viradas de cabeça para baixo e tchanã, na foto parecem imaculadas.
2. Colocar no copo 100 g de chocolate partido em pedaços e picar 6 a 10 seg/ vel 5. Retirar e reservar.
Não se esqueçam que querem pepitas de chocolate e não chocolate pulverizado, por isso não aumentem a velocidade de corte.
3. No copo colocar 150 g de manteiga à temperatura ambiente, 2 ovos, 200 g de açúcar, 300 g de farinha, uma pitada de sal, 300 g de leite e uma colher de chá de fermento para bolos e bater 30 seg/vel 5.
4. Incorporar na mistura as pepitas de chocolate, misturando tudo por 15 seg/ vel 4 e usando a lâmina na função inversa, de forma a não cortar as pepitas e sim a misturá-las.
Encher as formas e mandar para o forno durante 30 minutos a 180ºC.

Enquanto se deixa arrefecer aproveita-se para ir dar uma corridinha, porque se a pessoa não correr, não vai poder (comer os queques claro!).

A mistura antes de ir ao forno



quarta-feira, 29 de junho de 2016

Receita #9 Peitos de Frango Pizzaiola e Receita #10 Massa

Peitos de Frango Pizzaiola


Aleluia!
Acabaram-se os desejos de bacalhau (pelo menos por agora) e uma proteína diferente foi permitida na cozinha aqui de casa.
Resolvi fazer uns peitos de frango à pizzaiola e depois de muita investigação descobri que pizzaiolo é o nome que se dá ao funcionário responsável por fazer pizzas numa pizzaria. Ora se pizzaiolo é homem pizzaiola é mulher e como pela foto dos peitos de frango a parte de cima parece a duma pizza hipercalórica deduzo que este frango seja à moda duma mulher que tem jeito para fazer pizzas. Se esta lógica da batata não estiver de todo correcta agradeço que me elucidem através da caixa de comentários.
Para acompanhar os peitos de frango fiz a extremamente complicada receita de massa. Eu sei que é difícil de fazer mas como é uma das receitas do livro e eu tenho de as fazer todas fiz das tripas coração e deitei a mão à massa - literalmente.

A extremamente complicada Massa


Como sei que ninguém tem paciência para fazer massa visto ser tão "tempo-consumidor" deixo a receita dos peitos de frango. (Se alguém estiver com dúvidas estou a ser irónico no que toca ao assunto massa).

1. Colocar no copo 200 g de queijo flamengo e ralar. Retirar e reservar.

No meu caso já tinha queijo ralado no congelador, Por isso foi só procurar bem, destruindo durante a procura meia dúzia de ímans, e pude saltar o primeiro passo.

Isto é poupar tempo. Molho de tomate no copo. Peitos de frango na Varoma e aproveita-se e pesa-se o queijo que já estava ralado no congelador.


2. Colocar no copo 30 g de azeite, 150 g de cebola e 2 dentes de alho, picar 5 seg/vel 5 e refogar de seguida 5 min/120ºC/vel 1.
3. Juntar 600 g de tomate em pedaços, um caldo de legumes e um pouquinho de açúcar. Colocar na Varoma (cozinhar a vapor com aroma é o significado da palavra) 800 g de peito de frango cortados ao meio temperados com sal e pimenta e programar 25 min/ Varoma/vel 1.

No fim põem-se os peitos de frango num pirex, polvilha-se com orégãos, cobre-se com o molho de tomate que se fez no copo, polvilha-se abusivamente com o queijo ralado e forno com ele durante 15 minutos ou até gratinar.

Antes de ir ao forno






Receita #8 Bacalhau Espiritual

Bacalhau Espiritual Parcialmente Comido


Existe alguém com desejos nesta casa e posso dizer que não sou eu. Quando se fala de pratos de molhanga com um distanciamento de uma semana cai o carmo e a trindade, mas dois pratos de bacalhau praticamente seguidos já não há problema nenhum. E não, não nos ofertaram bacalhau nem o mesmo está em promoção. Simplesmente apetece à cara metade, e se a cara metade quer então que se faça um bacalhau espiritual.

Aqui vai a receita.

Pão Ralado
1. Colocar no copo 50 g de sobras de pão partido em pedaços e ralar 15 seg/vel 10. Retirar e reservar.

Bacalhau
2. Colocar um recipiente sobre a tampa da Bimby, pesar 100 g de pão da véspera em pedaços e 100 g de leite. Deixar o pão absorver o leite todo.
3. Colocar no copo 50 g de azeite, 200 g de cebola, 2 dentes de alho e 300 g de cenoura cortada em pedaços pequenos. Picar tudo 10 seg/vel 5 e refogar 5 min/120ºC/vel 1.
4. Juntar 400 g de bacalhau demolhado e desfiado e o pão, ambos bem espremidos. Uma pitada de sal, uma pitade de pimenta e 5min/100ºC/vel 2. Colocar num pirex e reservar.

Molho Bechamel
5. Pré-aquecer o forno a 200ºC - isto para as pessoas que não tem um forno do século passado.
6. Colocar no copo 300 g de leite, 60 g de farinha, 30 g de manteiga, uma pitada de sal, pimenta e noz-moscada e 6 min/90ºC/ vel 4.
7. Adicionar as natas.

PAROU
Onde estão as natas? Procurei no frigorífico. No armário. Em todo os locais possíveis. Não tinha natas. Felizmente ainda não tinha começado a fazer o molho bechamel quando me dei conta deste infortúnio do destino. Não seria nada de preocupante se não fossem onze da noite quando estava a fazer a receita e como não me apetecia ir a uma estação de serviço indagar se eles tinham natas resolvi ir dormir e deixar o molho para amanhã rezando para que não ficasse tudo uma grande porcaria.

Bacalhau que ficou à espera que fosse comprar natas 

Dia seguinte cedinho vou comprar as natas, com um ar de que todos me devem e ninguém me paga e toca a fazer o molho.
Continuando.

7.Adicionar as natas e 2 min/ 90ºC/ vel 4. Cobrir o belo do bacalhau, polvilhar com o pão ralado e forno com ele durante vinte minutos ou até ficar gratinado.
Por fim comer e esperar que a cara metade fique sem mais desejos de bacalhau. Ah, ficou bom, graças aos anjinhos!

Bacalhau já com o molho bechamel

Antes de ir ao forno

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Momento Musical

Como a vida não é só cozinhados deixo-vos aqui uma canção que descobri e da qual gosto muito :)

Deolinda - A Velha e o DJ ft. RIOT



domingo, 26 de junho de 2016

Receita #7 Torta de Bacalhau

Estava eu e a cara metade a ver um dos episódios da segunda temporada do MasterChef Brasil quando um dos concorrentes apresenta um daqueles pratos cheios de molhanga. Automaticamente a cara metade começa a salivar e diz que adora aqueles pratos e que não se importava de comer aquilo todos os dias e bla bla bla whiskas saquetas. Como eu não sou assim totalmente tapadinho (ou gosto de pensar que não sou) aquela conversa soou-me a uma indirecta muito directa, por isso anotei mentalmente que o meu próximo prato tinha de ser algo cheio de molhanga, transbordando molhanga, idealmente seria até molhanga com molhanga.
Meu dito meu feito, no dia a seguir quando fomos ao supermercado a cara metade perguntou-me o que eu tencionava fazer para o jantar. Saco do meu telemóvel e mostro-lhe a foto duma receita do livro da Bimby cheia de molhanga. É isto que eu vou fazer digo já à espera de gritos de prazer incontrolável. Outra vez um prato desses? - pergunta-me a cara metade com ar de quem snifou uma bufa-pantufa (categoria de bufa que não se ouve mas que tem a capacidade de aniquilar um pequeno vilarejo) - ainda há pouco fiz um prato parecido!
Respiro fundo para não perder a compostura. Pergunto-me o que aconteceu com o amor à molhanga? Não me ia dar por vencido. Pois, digo eu com o meu ar menos cínico de sempre (not), mas vai ter que ser porque só tenho esta receita aqui e tenho de fazer as receitas que estão no livro e não vou inventar.
É nesse momento que a cara metade saca do seu telemóvel e diz triunfante - Não te preocupes que descobri que alguém deu-se ao trabalho de fazer o scan do livro e do colocar online, por isso podemos consultar as receitas agora mesmo.
A essa pessoa que se deu ao trabalho de colocar o livro da Bimby online - espero que apanhe piolhos!
Depois de me dar por vencido (nem sei porque é que ainda tenho a ilusão que um dia posso ganhar) resolvo (ou resolve a cara metade) fazer uma torta de bacalhau.

Uma coisa que a mim sempre me intrigou é porque é que no livro da Bimby as receitas nunca são classificadas como difíceis, ou são fáceis ou médias, difícil é uma coisa que parece ser impensável de existir para a equipa da Bimby. No entanto quando depois da receita aparece uma data de fotos a explicar como executar cada passo nós ai entendemos que as coisas não vão ser fáceis. A parte de pôr os alimentos na Bimby e de os cozinhar até pode ser acessível mas na parte da construção do prato é que as coisas de certeza que vão correr mal - e foi mais ou menos o que aconteceu.

Primeiro faz-se o recheio e a cobertura. Rala-se o pão (que era um resto do pão saloio que tinha feito noutra receita) e reserva-se. Picam-se os coentros e adiciona-se manteiga, farinha, leite, sal e pimenta.
Cozinha-se a 90ºC durante 8 minutos e depois retira-se e deixa-se arrefecer.
Depois no copo limpo - e aqui agradeço à cara metade o facto de ter conseguido um segundo copo da Bimby que poupa imenso tempo nas lavagens - coloca-se alho, cebola e azeite, pica-se e refoga-se. Adiciona-se ao refogado o bacalhau bem espremido e cozinha-se 7 minutos a 100ºC. Retira-se e escorre-se. Coloca-se no copo batata, água e sal e coze-se durante 25 minutos. Retira-se e escorre-se. Nesta altura já estou a fazer um esforço hercúleo para não me perder nos passos da receita e a vociferar contra pessoas não identificadas pelo facto da mesma ser tão complicada.
Depois de se cozinhar o bacalhau e a batata voltam-se a colocar no copo juntamente com pimenta e noz-moscada e bate-se tudo.

Nesta parte é que começa a ser necessário seguir as fotos do livro.
Sobre o papel vegetal polvilha-se uma camada de pão ralado, sobre a qual se distribui a mistura de batata e bacalhau que por sua vez será barrada com o recheio que se fez logo no início. Até aqui tudo sem grandes stresses. Agora a parte do enrolar com a ajuda do papel vegetal colocando de seguida sem o papel vegetal a torta num pirex e regar com um fio de azeite é que não foi tão sem stress. Chamei logo a cara metade. Quando são situações mais complicadas gosto sempre de ter alguém a quem possa culpar caso as coisas não corram como o esperado. Vimos que a torta, primeiro que tudo, estava demasiado grande, ou seja, não havia pirex onde ela coubesse. Por isso enrolámos a dita cuja rezando sempre para que não se desmanchasse tudo, demos-lhe depois umas valentes palmadas para a condensar e finalmente num gesto de genialidade/desespero tirámos o papel vegetal e ala para dentro do pirex.

Deu um trabalhão. Mas valeu bem a pena.

Colocando o pão ralado

A mistura de batata e bacalhau

Barrando a mistura de batata e bacalhau

Barrando o recheio que tem uma cor mais esverdeada devido aos coentros

A torta já em formato torta propriamente dito

Depois do Forno

O empratamento

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Dia Internacional do Sushi

Neste último sábado comemorou-se o Dia Internacional do Sushi. O que vale é que todos os dias é o dia internacional de qualquer coisa, do beijo, do amigo, de usar cuecas amarelas, de cortar as unhas dos pés, enfim, há sempre uma razão para festejar caso se esteja com disposição para isso.
Para minha infelicidade há sábados que tenho de trabalhar, e este último foi um deles, por isso quando cheguei a casa a única coisa que me apetecia era comer algo rápido e enfiar-me na cama a dormir.
Mas a cara metade tinha-me preparado uma surpresa - sushi! Apesar da cara metade ser apenas uma iniciante nestas andanças do sushi e derivados estava tudo delicioso. E sabem, quando uma coisa é feita com amor e carinho, consegue saber muito melhor do que qualquer iguaria servida num restaurante - a não ser que a vossa cara metade trabalhe nesse restaurante claro! :)

O manjar de Sushi com Limada (limonada de lima) para bebida


Sushi de Fusão - Urumaki de Farinheira e Maçã Verde e Niguiri de Bacalhau com Laranja


Urumaki de Cereja e Temaki de Salmão com Queijo Creme


Maki de Camarão e Maki desconstruído na taça


Niguiri de Salmão e Abacate


Sashimi de Salmão e Salmão no Abacate




quinta-feira, 23 de junho de 2016

Receita #6 Scones ( Não Sindicalizados)

Há dias em que uma pessoa acorda e lhe apetece fazer algo assim fresquinho logo pela manhã para comer. Esta semana como só entro ao trabalho às 11 horas tenho esse tempo livre, porque nas semanas em que entro às 9 às vezes nem tempo para um pequeno-almoço sentado tenho. Mas como todos sabem quando temos mais tempo para fazer as coisas com calma e para nos arranjarmos e tudo e tudo e tudo é quando incrivelmente conseguimos chegar mais atrasados. Por isso quando comecei a ver no livro da Bimby o que é que podia fazer para comer com uma manteiguinha torci o nariz porque tudo me pedia tempos de levedação gigantescos. Tudo menos uma coisa - scones!
A receita é extremamente fácil - juntar farinha, manteiga, açúcar, leite, um ovo. fermento e sal e misturar tudo. Depois é só tentar moldar com a ajuda de duas colheres (sou péssimo em artes plásticas se ainda não tinham percebido) pequenos montinhos e meter no forno. Foi nessa altura que a cara metade que andava suspeitamente desaparecida dá ar da sua graça e diz-me que eu fiz uns scones somíticos. Ou seja que os meus montinhos estavam muito pequeninos e que ia dar um scone muito fraquinho. Pior que isso foi nesse mesmo dia mostrar a foto da preparação dos scones à colega do gato - que entretanto já voltou - e ela dizer-me que segundo o que aprendeu no MasterChef Austrália os scones deviam estar juntinhos uns dos outros, para se ajudarem mutuamente no crescimento. Uma espécie de sindicalização presumo. 
Mas fossem somíticos ou não sindicalizados, no fim de contas não sobrou nem um sconezinho, essa é que é essa.

Colocando o Fermento - Confesso que só coloquei a foto para mostrar as colheres de medida todas giras que comprei

Os scones não sindicalizados antes de irem ao forno

O resultado final

sábado, 18 de junho de 2016

GatoSitter (ou BabySitter versão felina)

As porquinhas da índia comilonas já voltaram a casa dos donos o que fez com que cá por casa se vertessem umas lágrimas porque uma pessoa habitua-se aos bichos e depois quando se chega à cozinha e não se vê umas quantas cabeças a dar ao dente bate uma saudade - sim somos um casal de sentimentalistas e com muito orgulho.
Pelo facto de nenhuma das porquinhas ter batido a bota durante o tempo que cá passou nem ter perdido nenhuma pata ou outra parte anatómica de importância vital posso considerar que estou um profissional no que toca a prestação de cuidados de bem-estar e sobrevivência a seres irracionais.
Claro que uma fama deste tamanho não poderia passar despercebida aos outros donos de animais o que fez com que a minha colega de trabalho, confiante nas minhas capacidades (ou desesperada), me pedisse para lhe tomar conta do gato enquanto ia ao Porto visitar a família. 
E aí vi a minha vida a andar para trás. Uma coisa são porquinhos da índia metidos numa gaiola a comer tudo o que lhes aparece à frente, outra coisa é um gato bem grande que não me parece que vá querer ficar o dia inteiro esparramado dentro de uma caixa transportadora. Imaginei logo sofás e cortinados rasgados, móveis arranhados, e quantidades astronómicas de pêlo pelo ar que me fariam ter sucessivos ataques asmáticos que por sua vez me levariam a ter de permanecer internado num qualquer hospital da zona onde muito provavelmente iria adquirir uma infecção nosocomial e....      Só tens que passar lá por casa e alimentar o gato disse a minha colega. Parei automaticamente a minha linha de pensamento que não me estava a levar a nenhum sítio de bom e respirei de alívio.

Hoje de manhã passei por casa dela para alimentar a "fera". Quem lê atentamente o blog sabe que tenho uma técnica infalível para saber se os animais estão vivos ou não, que consiste em atirar comida e esperar que o animal venha comê-la. Ora com este gato não é de todo necessário ter essa preocupação. Mal uma pessoa põe a chave na porta começa logo a ouvir miados ensurdecedores como se o raio do bicho não comesse há ano e meio. Abre-se a porta da cozinha e ele literalmente salta para cima de nós, cheirando-nos as mãos, os pés, o cabelo, tudo numa ânsia de descobrir onde é que temos escondida a comida que ele tanto quer.
Alimentei o gato, troquei-lhe a água, verifiquei se não havia nenhum estrago relevante na habitação, fiz-lhe umas festinhas e fui-me embora. Amanhã volto. Só espero não me dar com um frigorífico arrombado ou algo do género.

A "Fera"

O "Devorador de Ração"



quinta-feira, 16 de junho de 2016

Receita #5 Quadrados de Chocolate

Uma pessoa não deve viver com arrependimentos mas há uma coisa na minha infância que eu não me consigo perdoar. O facto de não ter comido mais bolos!
Pode parecer ridículo mas tenho pena de não ter comido bolos nenhuns quando era mais pequeno, de não ter lambuzado os dedos e a cara com o creme das bolas de Berlim (comia bolas de Berlim sim na praia mas sempre sem creme). Odiava bolos, odiava ainda mais o creme dos ditos cujos. Passaram-se anos em que a minha mãe comprava um bolo de aniversário para eu levar para a escola sabendo de antemão que não lhe tocaria. Na altura do bolo-rei achava imensa piada ao brinde e à fava, mas como não comia bolo estava sempre fora da competição sobre quem acharia o quê, não fosse a minha mãe pedir para eu escolher uma fatia e se nessa fatia houvesse brinde ou fava eram para mim. Conclusão, ela comia duas fatias, a dela e a minha, mas nunca me lembro de a ouvir queixar acerca disso.
Era uma criança que não comia bolos e para mim fazia-me confusão quem os conseguia comer.
Isso passa com a idade, vaticinava a mina mãe, com o teu irmão foi exactamente o mesmo.
E assim foi, com o passar dos anos comecei a comer bolo-rei, depois outro tipo de bolos com creme e no fim mesmo os bolos de aniversário eram devorados com prazer.
Esse prazer manteve-se até à idade adulta, e acho que foi devido a ter comido poucos bolos em criança que não fiz a transição de como se comer um bolo adequadamente na idade adulta. Basta olharem para a minha cara para saberem se estiver a esfregar-me numa bomba calórica. Lábios e cantos da boca todos besuntados com chocolate ou outros resquícios da gulodice. E já tentei comer de forma elegante, sem ficar com aspecto de quem enterrou a cara na sobremesa num desespero de fome mas não consigo, é algo superior a mim!

Além de gostar de comer bolos e sobremesas no geral fico muito feliz se as puder cozinhar (desde que não as queime ou aconteça outro cataclismo semelhante) porque significa que vou lamber o tacho. Neste caso mais concreto irei lamber o copo da Bimby e foi isso que aconteceu (e que valentes lambidelas eu dei - nada de pensamentos devassos sff) quando decidi fazer uns deliciosos quadrados de chocolate.

A cara metade sofre da mesma gulodice que eu (junta-se a fome à vontade de comer) por isso também começou a salivar quando falei em fazer quadrados de chocolate. Primeiro passo - untar com manteiga e polvilhar com farinha um tabuleiro. ERRADO! Segundo a cara metade em vez de untar com manteiga vamos colocar uma folha de papel vegetal no tabuleiro para ser mais fácil desenformar os quadrados e coiso e tal e polvilhar a farinha directamente no papel.
Passo seguinte, colocar no copo da Bimby a manteiga, o açúcar e os ovos. Abro o frigorífico. Onde está a manteiga? Como pode não haver manteiga nesta casa? Sinto imediatamente o meu nível glicemico a descer a pontos de poder ter um piripaque. Usa creme vegetal diz a cara metade. É a mesma coisa? indago eu. A cara metade faz um ar de "se não for que queres que te faça?" Arrisco e uso o creme vegetal - isto sim é viver no limite.
Seguidamente adicionar o chocolate e misturar. E aqui ressalvo dois detalhes. O primeiro é que o chocolate deve ser bom para o resultado final ser bom também. Sei que isto parece estupidamente óbvio mas existe muita gente que se esquece. Eu gosto de usar o chocolate da Pentagruel porque é o que conheço melhor mas estou sempre aberto a novas sugestões. O segundo é que ao colocarem o chocolate dentro da Bimby cortem-no primeiro em pedacinhos pequenos. Porque se não as coisas não vão correr tão espectacularmente bem como poderiam - acreditem!
Depois do chocolate adiciona-se a farinha, vai ao forno, desenforma-se quente, corta-se em quadrados e polvilha-se com açúcar em pó que pode ser feito na Bimby mas que eu usei já feito porque tinha na dispensa e é preciso ser gasto.

Escusado será dizer que nos minutos a seguir já andava com as beiças todas pintalgadas de chocolate!

Chocolate para culinária Pentagruel
O chocolate cortado antes de ir para a Bimby

Altura de ir para o forno

O resultado final

terça-feira, 14 de junho de 2016

A Prenda - Grãos de Kefir

Trouxe-te uma prenda diz-me a cara metade com um ar de extrema felicidade. Dou-lhe o meu melhor sorriso. Afinal é sempre bom recebermos um miminho de que nos ama. Fecho os olhos e estendo as mãos e quando os volto a abrir tenho uma tacinha com uma substância não identificável lá dentro. São grãos de kefir diz a cara metade com o mesmo entusiasmo de alguém que descobre uma nota de quinhentos euros perdida no bolso das calças. O meu melhor sorriso começa a ficar forçado. É para nos ajudar a nível dos intestinos diz a cara metade, toda a gente fala maravilhas do kefir. E como eu vi um anúncio no OLX dum senhor a dizer que tinha para dar aproveitei.
O meu sorriso passa a amarelo porque
a) Os meus intestinos estão muito bem obrigado. Se exista alguém que liberta uns gases ligeiramente mais poderosos não sou eu.
b) Ir buscar grãos de kefir a alguém do OLX que nem sequer se conhece?! Chamem-me antiquado mas eu é que não me ia sujeitar a aparecer na capa do Correio da Manhã com um título do tipo "Blogger Anónimo vai à busca de grãos de kefir grátis e acaba sequestrado em antro de tortura medieval"
No entanto a cara metade não estava nem aí para os motivos do meu sorriso amarelado e começou logo a tratar de activar os grãos de kefir com um litro de leite e a dar-me todas as instruções de como tratar bem dele.

Para todos aqueles que ainda não perceberam o que raio é o kefir deixo-vos com a descrição que a simpática da Wikipédia nos dá, apesar de achar que esta descrição é mais adequada para os grão de kefir em si:

"Kefir ou quefir é uma colônia de microrganismos simbióticos imersa em uma matriz composta de polissacarídeos e proteínas. Originário do Cáucaso é formado por lactobacilos e leveduras aptos a fermentar diversos substratos – sendo o leite (caprino ou bovino), historicamente, o mais comum deles."

Ou seja os grãos de kefir são um grupo de bactérias e leveduras que tem a capacidade de fermentar o leite e dar origem a um produto (o kefir) que quando consumido aparentemente tem imensos benefícios para o corpo humano principalmente a nível do intestino. Os grãos de kefir tem a capacidade de se multiplicar conforme são cultivados sendo por isso que há pessoas que de vez em quando tem para dar. Algo que muitos não sabem é que como os grãos foram considerados na antiguidade como uma dádiva divina supostamente os mesmos nunca deveriam ser comercializados e sim sempre doados, mas claro que isso não acontece.

Quando era mais novo lembro-me de ter tido grãos de kefir em casa que uma amiga tinha trazido dum amigo que vivia no Alentejo. Na altura eu era um rapaz um bocado despassarado e por isso a minha mãe é que se encarregou de tomar conta do kefir. Um dia chego a casa e lembro-me nem sei porque de perguntar como estavam os grãos de kefir. A minha mãe olha para mim muita séria e diz-me: "Desculpa mas aquilo fazia-me impressão estarem cada vez maiores e fiquei assustada e mandei tudo pelo cano." E assim se foi a dádiva divina.

Os Grãos de Kefir que recebi como prenda




Porquinho da Índia - Mas não na Panela

Quando uma amiga nos liga a perguntar se podemos cuidar durante uma semana de um bando de porquinhos da índia o nosso primeiro instinto é querer ajudar e dizer que sim. No entanto, mal desligamos o telefone pensamos, e se os bichos morrem enquanto estão cá em casa?
Sim eu sei que é uma forma muito fatalista de pensar mas sempre me atormentou essa ideia. E se depois a pessoa acha que nós fomos negligentes? E se a amizade vai por água abaixo? E se nunca mais conseguir estar ao pé dum animal sem me virem lágrimas aos olhos?
Enquanto cismava nestes "e se" sem me dar conta os porquinhos da índia já cá estavam em casa e a minha amiga gritava um até para a semana e arrancava a toda a velocidade rumo a umas férias porquinhos-da-índia-free.
São 5, todas fêmeas, e confesso são das coisas mais bonitas que tenho visto nos últimos tempos, assim todas fofinhas e cheias de pêlo e tudo e tudo e tudo.
Mas como o ser humano é um ser de taras e manias ainda não consegui deixar de cada vez que vou à cozinha olhar para a gaiola para ver se estão todas bem. E se faltar alguma deito-me no chão para ver se a que está escondida se está a mexer. Como a maior parte das vezes fico na dúvida uso o truque da comida que basicamente consiste em mandar comida e esperar que vão todas lá. Até agora resultou sempre visto que o raio das porcas estão sempre a comer. Ele é ração, é feno, é cenoura, alface, pimento, aipo, cascas de fruta, as porquinhas estão sempre a dar ao dente. Eu até que vou jurar que uma outra já estão mais gordas desde que vieram cá para casa. Vai-se a ver elas já perceberam que eu tenho um coração fraco e fingem-se de mortas para eu lhes mandar mais comida. Mas antes elas gordas que eu com um ataque cardíaco.


As porcas
As porcas dando ao dente como de costume




sábado, 11 de junho de 2016

Receita #4 Pão Saloio




"Bom dia amor,
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor,
Tal como as rosas espero sempre por te ver"
É assim que eu acordo, com a Carminho a cantar dentro da minha cabeça.

Bom dia amor, olha e que tal ires-me fazer o pequeno-almoço? É que sou sempre eu que to faço. E já agora deixa-me dormir mais um bocado que estiveste a noite toda a roubar-me o lençol. E estás com mau hálito.
É assim que a cara metade acorda, sempre pronta a dar-me um boost de boa disposição e alegria. Supostamente numa relação as duas pessoas deveriam acordar com a mesma música a entoar-lhe nos neurónios mas parece que no nosso caso o nosso MeoMusic está completamente dessincronizado.

Resolvo fazer pão saloio. A cara metade costuma fazer e é fantástico ter logo pela manhã aquele cheirinho de pãozinho quente e poder barrar-lhe uma manteiguinha...hmmmmm...apesar de tudo a cara metade merece.
Porém como agente bimby que é já tem truques para tudo e mais alguma coisa, por isso nunca segue a receita à risca, algo que vocês já sabem que me faz muita confusão, e no caso do pão a cara metade já não o deixa levedar, tem um truque todo xpto para o levedar durante a cozedura e eu não vou nessas cantigas, quero seguir as instruções do livro certinhas e por isso vou deixar o pão 40 minutos sossegadinho a dobrar o volume.

40 minutos?? Vou ter de esperar 40 minutos pelo pequeno-almoço? Olho para a cara metade com o meu ar mais romântico (not) e pergunto-me
a) não era suposto querer dormir mais um bocadinho?
b) como é que raio sabe o que eu vou fazer se estava no quarto e eu não abri a boca desde que entrei na cozinha?
c) Será que percebe a dica se eu olhar de forma "fofinha" para a fruteira?
As respostas são por ordem pelos vistos não, nunca vou conseguir entender, e sim visto ter pegado num pêssego e saído da cozinha sem antes me lançar um olhar "fofinho".

Começo a receita. Junto a água e o fermento e aqueço durante dois minutos. Adoro usar um fermento (Hefe em alemão) da Albona que o Aldi costumava ter mas agora descontinuou. É prático e super barato. Felizmente tenho uma reversa simpática em casa mas quando acabar tenho de procurar uma alternativa ou chorar aos senhores do Aldi que o voltem a comercializar. Depois dos 2 minutos junto a farinha - com 30 gramas extra devido a usar farinha tipo 55 (a 65 tinha-se acabado imaginem) - e o sal (nunca se deve juntar o sal e o fermento ao mesmo tempo, porque senão o sal inactiva o fermento) e uso a função espiga da Bimby para amassar. E tenho a dizer que esta função espiga é assim qualquer coisa de espectacular. A massa fica super bem amassada e não agarra ao copo. Basta virá-lo e rodar a peça que liga a lâmina (aquela espécie de rodinha preta) para libertar toda a massa. E não fica toda grudenta nas mãos.

Depois de amassada a massa forro o tabuleiro do forno com uma folha de papel vegetal. Não é preciso usar uma nova diz a cara metade que já tinha regressado à cozinha, podes reaproveitar a minha de ontem. Reaproveito então a folha de papel vegetal, que a vida está difícil, polvilho com farinha e faço uma bolinha linda. Depois coloco-a dentro do microondas (desligado) que é um local de temperatura controlada e preparo-me para esperar os 40 minutos para desespero de uma certa pessoa.
É nesta altura que deveria pré-aquecer o forno a 200ºC mas isso seria se tivesse um fogão que não fosse da idade da pedra. Como muitos sabem quando se arrenda uma casa muitas vezes os electrodomésticos que estão incluídos não são os de última geração. Com alguma sorte é possível que consigam ser mais velhos que nós mesmos. No meu caso o fogão apesar de funcionar pronto tem algumas limitações, como por exemplo escolher a temperatura do forno. Por isso basicamente procede-se ao método científico do "eu-acho-que-já-deve-estar". Liga-se o forno durante uns bons minutos e quando se acha que já deve estar pimba comida lá para dentro. Tem é de se vigiar a comida com mais regularidade para não acontecerem acidentes.
E foi isso que fiz com o meu pão saloio. Quando passaram os 40 minutos e ele já estava bem grandinho, fiz-lhe a cruzinha no topo (acho que podia ter feito com menos delicadeza mas pronto) e mandei-o la para dentro juntamente com um recipiente com água quente próprio para ir ao forno de forma ao pão ficar mais húmido e conservar-se mais tempo.
Quando ele ficou cozido (e aqui tive de pedir ajuda à cara metade para me ir avaliando o cozimento do pão) deixei-o arrefecer em cima duma rede e depois foi atacar sem contemplações.
Estava fenomenal!


O Fermento da Albona
Modelando a massa

Pronto para levedar
Depois dos 40 minutos

O resultado final